quinta-feira, 17 de abril de 2014

A contribuição da Psicologia para o Trânsito

Atualmente os problemas de acidente e violência no trânsito atingem níveis alarmantes e a discussão sobre a responsabilidade de cada cidadão neste contexto se faz cada vez mais importante. De modo geral, grande parte dos acidentes de trânsito acontece por fatores humanos, mas, além disso, ocorrem devido a comportamentos humanos irresponsáveis no trânsito, portanto esta discussão se faz extremamente necessária.
            A maioria da população não tem conhecimento de que o psicólogo também pode ser uma importante peça dentro deste processo. Considerando que o homem e seu comportamento, além dos processos conscientes e inconscientes são objeto de estudo da Psicologia e o homem é participante do trânsito de diversas maneiras, ou seja, é pedestre, motorista amador e profissional, motoqueiro, ciclista, etc., a Psicologia também participa dos processos envolvidos no trânsito.
            Existe um ramo específico da Psicologia, a Psicologia do Trânsito, que estuda o comportamento dos participantes do trânsito, como seres sociais, resultantes deste processo e suas consequências na sociedade, além de estudar o processo psíquico envolvido no ato de dirigir. Isso significa que o trabalho do psicólogo do trânsito não se resume somente a avaliação dos candidatos para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação ou renovação da mesma (para os motoristas profissionais), vulgo psicotécnico, que é o que a maioria das pessoas conhece.
Ao estudar os comportamentos individuais e sociais e os fatores envolvidos no ato de dirigir, a Psicologia do Trânsito visa contribuir para um maior conhecimento do homem e promover a diminuição de acidentes, podendo auxiliar com diretrizes educacionais, oferecendo assim, subsídios para uma maior segurança no trânsito para todos.
Segundo os especialistas, a questão dos acidentes e mortes no trânsito já pode ser considerada um problema de saúde pública. Isso porque, o trânsito é um dos principais causadores de morte no país. Além dos casos de óbitos no trânsito, existem também aqueles que sequer entram para as estatísticas, mas que foram feridos no trânsito e sobreviveram, porém ficaram com sequelas para a vida toda e também precisam de reabilitação. Com isso, automaticamente aumentam o numero de internações nos hospitais, cirurgias, tratamentos, enfim, uma gama de recursos são destinados para esta demanda, o que contribui ainda mais para a falta de vagas e recursos na saúde, que já é um problema sério no Brasil.
Não irei me aprofundar, pois este é um assunto muito extenso e complexo, mas gostaria de destacar o quanto se faz necessário que haja um investimento intenso em educação e reeducação da população com relação ao trânsito. Isso não é suficiente, pois tem que acontecer um trabalho em conjunto: aumentar a fiscalização, punir os culpados de maneira eficiente, melhorar as condições das estradas, rodovias, as sinalizações, entre outros. Porém, somente através da educação das crianças e adolescentes que já fazem parte do trânsito desde pequenos e futuramente possivelmente como motoristas e também através de uma reciclagem daqueles que já dirigem, será possível ocorrer uma tomada de consciência do homem da sua responsabilidade como cidadão.

Grande parte dos acidentes acontece por imprudência, falta de consciência, de conhecimento e educação. Além da impunidade que fortalece ainda mais estes comportamentos. Então, não há outra forma de transformar essa realidade que não seja através da educação, por isso é fundamental que se intensifique cada vez mais, trabalhos de equipes multidisciplinares (desde os engenheiros que planejam as vias, até os pais e educadores, psicólogos, instrutores de trânsito, enfim, todos os envolvidos), para que aconteça uma mudança de postura da população e essa triste realidade se transforme.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Autismo

Hoje, dia 02 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, então nada melhor do que falar um pouquinho dessa questão, do que se trata este transtorno e como é importante buscar o diagnóstico o mais breve possível.
O autismo é um transtorno neurológico, caracterizado pelo desenvolvimento comprometido da interação social e da comunicação, que pode aparecer de maneira isolada ou associada a outros distúrbios, (como a epilepsia, por exemplo). Até hoje não existem provas concretas a respeito da relação do autismo com causas psicológicas, mas sabe-se que questões psicológicas podem agravar o caso. Apresenta uma grande incidência na infância, ocorrendo em torno de quatro vezes mais em meninos do que em meninas.
Os sintomas que atrapalham a interação social e dificultam o aprendizado, aparecem com intensidades diferenciadas em cada indivíduo, e nem sempre aparecem todos na mesma pessoa. Em geral, estes sinais se apresentam até os três anos de idade, por isso é fundamental que os pais estejam atentos aos mesmos, pois quanto antes o autismo for diagnosticado e a criança começar a ser trabalhada, maiores são as chances de ter um melhor desenvolvimento.
As principais características e sintomas do autismo são:

- Dificuldade de relacionamento com outras crianças
- Riso inapropriado
- Pouco ou nenhum contato visual
- Aparente insensibilidade à dor
- Preferência pela solidão
- Rotação de objetos
- Inapropriada fixação em objetos
- Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade
- Ausência de resposta aos métodos normais de ensino
- Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina
- Ausência de medo/consciência do perigo
- Procedimento com poses bizarras
- Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)
- Recusa colo ou afagos
- Age como se estivesse surdo
- Dificuldade em expressar necessidades  (usa gesticular e apontar no lugar de palavras)
- Acessos de raiva - demonstram extrema aflição sem razão aparente
- Habilidade motora irregular.

As causas do autismo ainda são indefinidas, embora sua relação com os fatores biológicos seja indiscutível segundo especialistas. Porém, existem algumas suspeitas, de que haja relação com questões genéticas, vírus, toxinas, desordens metabólicas, intolerância imunológica, infecções virais e uso demasiado de antibióticos durantes os três primeiros anos de vida. Entretanto estas ainda são apenas hipóteses, por isso é imprescindível que estudos e pesquisas continuem sendo realizadas nessa área para que os conhecimentos se aprofundem.
Entretanto, embora ainda não haja conhecimento de sua causa específica, por outro lado, os tratamentos são amplamente desenvolvidos e quanto antes começar a estimulação, melhor! Os tratamentos são inúmeros e são compostos por várias terapias diferentes, envolvendo técnicas fonoaudiológicas, medicamentos para aliviar os sintomas, educação especial, entre outros, todas com o objetivo de desenvolver os aspectos emocionais e intelectuais do indivíduo; auxiliando o aprendizado de comportamentos sociais (contato visual, comunicação com o mundo externo), comportamentos acadêmicos, além de atividades do cotidiano, inclusive higiene pessoal, ou seja, visa o desenvolvimento de habilidades que o torne cada vez mais independente, além de trabalhar a exclusão de alguns comportamentos, tais como, as agressões verbais, auto agressões, repetições de palavras, entre outros.

O autismo ainda é um assunto muito complexo que merece e necessita de muita pesquisa e desenvolvimento, bem como da atenção do poder Público. Além disso, a sociedade como um todo também precisa de uma maior conscientização a respeito do que se trata o autismo, pois este é um problema que afeta toda a família, que também precisará de apoio e orientação, para não só saber identificar os sintomas e buscar ajuda especializada o mais breve possível, mas também poder aprender a lidar com as dificuldades, com o preconceito que muitas vezes aparece, aprender a valorizar os pequenos ganhos, enfim, todos unidos (profissionais/família/educadores...) com o intuito de proporcionar uma melhora no desenvolvimento e na qualidade de vida deste indivíduo e no bem estar de todos os envolvidos.