Há um tempo atrás, passando por uma banca de jornal vi uma revista com a seguinte manchete: “Terapia funciona?”. Para a maioria dos psicólogos e terapeutas, esse tipo de manchete é praticamente uma afronta! Quase um questionamento sobre a veracidade do nosso trabalho. E foi este o primeiro pensamento que me tomou.
Porém, parando para pensar nesta questão, pude concluir que a eficácia de uma terapia não pode realmente ser vista como uma regra geral, afinal esta não depende apenas da qualidade do trabalho do profissional, mas também em grande parte, (se não em sua maior parte) do envolvimento do cliente neste processo.
Mas afinal, do que se trata a terapia?
A terapia nada mais é do que um tratamento psicológico, realizado através de técnicas que vão variar de profissional para profissional, já que existem várias abordagens de trabalho.
Entretanto, o que realmente importa dentro do processo terapêutico é a relação estabelecida entre psicólogo e cliente, a qual deve envolver respeito, confiança, compreensão e aceitação incondicional do terapeuta para com o cliente, não havendo de forma alguma qualquer tipo de julgamento.
Através desta relação, o psicólogo busca proporcionar a pessoa uma melhor utilização de seus recursos internos para enfrentar a vida, alcançando com isto crescimento, desenvolvimento pessoal, conhecimento e aceitação de si mesmo e consequentemente uma melhora em sua qualidade de vida.
Mas é importante ressaltar que este processo, em geral não provoca resultados imediatos como muitos buscam, isso vai variar muito de acordo com o tempo de elaboração de cada um e dos objetivos de cada um, isto é, se deseja resolver alguma questão mais específica e imediata ou se deseja se aprofundar num maior auto conhecimento.
E também não se trata de um processo rígido que leva a mudanças fixas, mas sim de um processo que está em constante movimento, podendo ter avanços e retrocessos dependendo do momento que está sendo vivido ou do sentimento que esta sendo experimentado.
Quando procurar a terapia?
Para que esta terapia realmente seja eficaz, além de procurar um profissional qualificado, que esteja apto para realizar o atendimento psicológico, o interesse do cliente na terapia é fator fundamental.
Infelizmente ainda existe muito mito em cima deste processo; muitas pessoas ainda têm a visão preconceituosa de que terapia é “coisa para louco” e que não precisa pagar para um estranho ajudá-lo a resolver seus próprios problemas. Estes pensamentos geram muita resistência nas pessoas para procurar ajuda.
Mas todos nós em algum momento de nossas vidas, podemos sentir dificuldade para resolver sozinhos determinadas questões, que muitas vezes nos deixam infelizes, inseguros, nos atrapalham no dia a dia, em nossos relacionamentos ou nos incomodam e nos fazem mal de alguma forma.
São nestes momentos que a busca de um profissional qualificado se faz importante, para que este possa dar o apoio e a orientação necessária para que o indivíduo possa enfrentar seus conflitos, da maneira mais saudável possível.
Entretanto, a terapia também pode ir além da busca pela solução de problemas imediatos, afinal seu objetivo maior é o auto conhecimento do ser humano. Nesse sentido, pode-se dizer que não existe um momento ideal para buscar a terapia. Sempre é momento de buscar se conhecer melhor, de aprender a lidar melhor com suas próprias questões e com isso poder viver de forma mais livre e autêntica.
Afinal, terapia funciona?
Respondendo essa pergunta de uma forma ideal, a resposta seria sim. Porém, para que esta condição ideal seja alcançada, como já dito, é necessário que o cliente tenha disposição para enfrentar os desafios que envolvem a terapia.
Os desafios de entrar em contato com suas questões mais íntimas e complexas; de ter força interna para aceitá-las e compreendê-las; ter disposição para aprender a lidar com suas resistências, e a partir de então, poder caminhar para um processo de transformação. Atingir este nível de auto conhecimento, de aceitação de si mesmo, auxiliado pelo psicólogo, é o que considero ter sucesso na terapia.
Por isso é tão importante que quando alguém busque este tipo de ajuda psicológica, este o faça de livre e espontânea vontade. De nada adianta empurrar o filho, o marido, a esposa, a amiga, para seu psicólogo de confiança se a própria pessoa não está disposta a isso.
Afinal, como já mencionado, se não houver disponibilidade interna do cliente, dificilmente este dará abertura para que possa se estabelecer uma relação de ajuda entre psicólogo e cliente, tão necessária para que o processo flua e a terapia funcione!
Joice Pacheco Ambrósio
Psicóloga
CRP: 06/90252
Uhuuuu...parabéns pelo blog miga! Adorei o primeiro post, mas eu sou suspeita em falar né? rsrs..boa sorte e seja persistente...dará tudo certo..bjão!
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