quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

“Eu me amo! Eu me amo! Não posso mais viver sem mim...”


Quem dera se todos nós acordássemos todos os dias cantarolando, sinceramente, este refrão da música do Ultrage a Rigor, não?  Séria ótimo!
Porém, isso nem sempre é assim. Pelo contrário, o “amor próprio” ou a falta dele, pode representar um grande inimigo na vida das pessoas.
Quando se fala em amor próprio ou auto estima, muitas vezes relacionamos com questões físicas: se estou bem com o meu corpo, se gosto de minha aparência, etc. Obviamente a questão física tem relação com a auto estima, mas ela vai além disso.
A auto estima envolve fatores emocionais muito importantes no desenvolvimento da identidade do indivíduo e que se não estiverem bem compreendidos, podem prejudicar a qualidade de vida do mesmo.
A auto estima nada mais é do que a auto imagem que cada um tem de si. Ela pode ser positiva e refletir em comportamentos positivos, tais como assertividade, auto confiança, etc.,  ou negativa e ter conseqüências comportamentais da mesma forma, ou seja, sentimentos de incompetência, insegurança, desvalorização de si mesmo,  entre outros.
Ela é construída desde a infância.  Desenvolvemos nossa visão de mundo e do nosso próprio eu, influenciados pelo olhar do outro, geralmente dos pais ou daquelas pessoas que nos são muito significativas durante a infância. É a partir da maneira que o outro nos vê e, principalmente da maneira que imaginamos que os outros nos vêem, que vamos criando nossa própria maneira de nos enxergar.
Quando isso ocorre de uma forma saudável, o indivíduo consegue desenvolver uma auto imagem positiva e forte. Porém, muitas vezes, por fatores que variam de pessoa para pessoa, o indivíduo desenvolve uma auto imagem distorcida, um sentimento de inferioridade, e isso gera inúmeros conflitos internos que podem o acompanhar até a vida adulta, refletindo em vários aspectos de suas vidas.
Quantas vezes já não ouvimos alguém dizer: “Eu tenho medo de tentar”; “Eu não consigo”, “Ele é muito melhor do que eu”, e etc.? Estas são típicas frases de pessoas que provavelmente não estão se valorizando adequadamente, isto é, que estão com a auto estima baixa.
E se isso não for interrompido, acabará culminando num circulo vicioso: a pessoa com auto estima baixa, se recusa a enfrentar determinadas situações que lhe geram insegurança, medo, ansiedade, na tentativa de evitar a frustração. Porém, a própria fuga já lhe causa frustração e a crença em si mesmo fica ainda mais rebaixada. Não acreditando em seu potencial, este indivíduo tende a se tornar ainda mais inseguro e evitar ainda mais as situações que lhe causam cada vez mais expectativa. O medo de falhar leva a uma ansiedade e uma angústia muito fortes,     por conta de todos os conflitos internos.
Por inúmeras vezes, por ter sentimentos de insegurança e inferioridade, a pessoa tem dificuldade de se relacionar nos grupos de amigos, no trabalho, na escola, nos relacionamentos, enfim, passa a ter uma dificuldade de convivência com os outros. Não consegue confiar nas pessoas, sente uma constante duvida de estar sendo passado para trás, muitas vezes se tornam indivíduos extremamente tímidos e que acabam escolhendo se isolar para não terem que enfrentar todas essas dificuldades. Deixam de frequentar festas, de participar de reuniões e podem até mesmo recusar oportunidades de trabalho. Isso acaba limitando a vivência da pessoa e gerando muito sofrimento.
Mas como tudo que envolve as emoções e os comportamentos do ser humano, a auto estima (distorcida) também não é algo rígido, fixo ou imutável, e é possível mudar esta situação. Ao se perceber com esses problemas e sentir que não da conta de mudar sem ajuda, a busca por uma terapia é fundamental.
Através da terapia, é possível que a pessoa entre em contato com os seus sentimentos, compreenda e supere os fatores que o levaram a se perceber dessa forma inferiorizada. A terapia visa mudar as crenças errôneas que o indivíduo tem a respeito de si mesmo. Aceitando e compreendendo esses fatores, a pessoa pode começar a mudar sua forma de se ver, através do seu auto conhecimento. A terapia não provoca milagres, mas sim proporciona apoio para o individuo enfrentar as situações que lhe causam insegurança e o auxilia a desenvolver um melhor desempenho social de uma forma geral. E, sobretudo ensina a aceitar a si mesmo, mesmo que seu desempenho não tenha sido perfeito. Ensina a lidar melhor com as frustrações, que fazem parte da vida e das nossas aprendizagens, sem que isso se torne um fator limitante.
A pessoa precisa se ver verdadeiramente, sem a influencia do que os outros pensam ou do que ela pensa que os outros pensam a respeito dela. Precisa se aceitar, reconhecer seus limites, mas acima de tudo os seus potenciais. Acreditar em si mesmo através de um melhor auto conhecimento e alcançar seu bem estar, com uma melhor qualidade de vida!

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