Quem
dera se todos nós acordássemos todos os dias cantarolando, sinceramente, este
refrão da música do Ultrage a Rigor, não?
Séria ótimo!
Porém,
isso nem sempre é assim. Pelo contrário, o “amor próprio” ou a falta dele, pode
representar um grande inimigo na vida das pessoas.
Quando
se fala em amor próprio ou auto estima, muitas vezes relacionamos com questões
físicas: se estou bem com o meu corpo, se gosto de minha aparência, etc.
Obviamente a questão física tem relação com a auto estima, mas ela vai além
disso.
A
auto estima envolve fatores emocionais muito importantes no desenvolvimento da
identidade do indivíduo e que se não estiverem bem compreendidos, podem
prejudicar a qualidade de vida do mesmo.
A
auto estima nada mais é do que a auto imagem que cada um tem de si. Ela pode
ser positiva e refletir em comportamentos positivos, tais como assertividade,
auto confiança, etc., ou negativa e ter
conseqüências comportamentais da mesma forma, ou seja, sentimentos de
incompetência, insegurança, desvalorização de si mesmo, entre outros.
Ela
é construída desde a infância.
Desenvolvemos nossa visão de mundo e do nosso próprio eu, influenciados
pelo olhar do outro, geralmente dos pais ou daquelas pessoas que nos são muito
significativas durante a infância. É a partir da maneira que o outro nos vê e, principalmente
da maneira que imaginamos que os outros nos vêem, que vamos criando nossa
própria maneira de nos enxergar.
Quando isso ocorre de uma forma saudável,
o indivíduo consegue desenvolver uma auto imagem positiva e forte. Porém, muitas vezes,
por fatores que variam de pessoa para pessoa, o indivíduo desenvolve uma auto imagem distorcida,
um sentimento de inferioridade, e isso gera inúmeros conflitos internos que
podem o acompanhar até a vida adulta, refletindo em vários aspectos de suas
vidas.
Quantas
vezes já não ouvimos alguém dizer: “Eu tenho medo de tentar”; “Eu não consigo”,
“Ele é muito melhor do que eu”, e etc.? Estas são típicas frases de pessoas que
provavelmente não estão se valorizando adequadamente, isto é, que estão com a
auto estima baixa.
E
se isso não for interrompido, acabará culminando num circulo vicioso: a pessoa
com auto estima baixa, se recusa a enfrentar determinadas situações que lhe
geram insegurança, medo, ansiedade, na tentativa de evitar a frustração. Porém,
a própria fuga já lhe causa frustração e a crença em si mesmo fica ainda mais
rebaixada. Não acreditando em seu potencial, este indivíduo tende a se tornar
ainda mais inseguro e evitar ainda mais as situações que lhe causam cada vez
mais expectativa. O medo de falhar leva a uma ansiedade e uma angústia muito
fortes, por conta de todos os
conflitos internos.
Por
inúmeras vezes, por ter sentimentos de insegurança e inferioridade, a pessoa
tem dificuldade de se relacionar nos grupos de amigos, no trabalho, na escola,
nos relacionamentos, enfim, passa a ter uma dificuldade de convivência com os
outros. Não consegue confiar nas pessoas, sente uma constante duvida de estar
sendo passado para trás, muitas vezes se tornam indivíduos extremamente tímidos
e que acabam escolhendo se isolar para não terem que enfrentar todas essas
dificuldades. Deixam de frequentar festas, de participar de reuniões e podem
até mesmo recusar oportunidades de trabalho. Isso acaba limitando a vivência da
pessoa e gerando muito sofrimento.
Mas
como tudo que envolve as emoções e os comportamentos do ser humano, a auto
estima (distorcida) também não é algo rígido, fixo ou imutável, e é possível
mudar esta situação. Ao se perceber com esses problemas e sentir que não da
conta de mudar sem ajuda, a busca por uma terapia é fundamental.
Através
da terapia, é possível que a pessoa entre em contato com os seus sentimentos, compreenda
e supere os fatores que o levaram a se perceber dessa forma inferiorizada. A
terapia visa mudar as crenças errôneas que o indivíduo tem a respeito de si
mesmo. Aceitando e compreendendo esses fatores, a pessoa pode começar a mudar
sua forma de se ver, através do seu auto conhecimento. A terapia não provoca
milagres, mas sim proporciona apoio para o individuo enfrentar as situações que
lhe causam insegurança e o auxilia a desenvolver um melhor desempenho social de
uma forma geral. E, sobretudo ensina a aceitar a si mesmo, mesmo que seu
desempenho não tenha sido perfeito. Ensina a lidar melhor com as frustrações,
que fazem parte da vida e das nossas aprendizagens, sem que isso se torne um
fator limitante.
A
pessoa precisa se ver verdadeiramente, sem a influencia do que os outros pensam
ou do que ela pensa que os outros pensam a respeito dela. Precisa se aceitar,
reconhecer seus limites, mas acima de tudo os seus potenciais. Acreditar em si
mesmo através de um melhor auto conhecimento e alcançar seu bem estar, com uma
melhor qualidade de vida!
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